quinta-feira, agosto 25, 2005

Saudade

Com Agosto a chegar ao fim apetece voltar a ouvir David Sylvian.

September

The sun shines high above
The sounds of laughter
The birds swoop down upon
The crosses of old grey churches
We say that we're in love
While secretly wishing for rain
Sipping coke and playing games

September's here again
September's here again

David Sylvian
Secrets of the beehive, 1987

sexta-feira, agosto 12, 2005

Oficina e comunicação em Vila Nova de Paiva



A convite da Biblioteca Municipal Aquilino Ribeiro, Filipe Lopes vai estar presente num seminário que decorrerá em Vila Nova de Paiva, a 20 e 21 de Outubro. O debate vai ser acerca da promoção do livro através do conto e das artes do espectáculo e contará com a presença de diversas personalidades ligadas ao ensino e ao trabalho no terreno, sendo que a presença d'O Contador de Histórias vai dividir-se entre uma comunicação e a "Oficina de sobrevivência para pais contadores de histórias". Esta oficina de formação vai ser direccionada para o público local, externo ao seminário, sobretudo os pais interessados em tornar mais interessante a "hora do conto" caseira. A sessão decorre a partir das 15h30 no Auditório Municipal Carlos Paredes, no dia 20 de Outubro.
No dia seguinte, no mesmo local, Filipe Lopes vai apresentar a comunicação “Ler com o coração – os afectos na promoção da leitura”. Trata-se de uma abordagem ao papel do contador de histórias enquanto promotor cultural, que trabalha com pessoas e não com números, baseada na experiência adquirida em actividades com idosos, crianças internadas e reclusos.
O programa completo será brevemente aqui divulgado.

Agenda actualizada

Já está actualizada a agenda d'O Contador de Histórias, com as datas confirmadas até Dezembro. Nos próximos dias devem surgir novidades, que irão sendo colocadas. Para ir até à agenda clique aqui.

Delicioso...




Estreou ontem “Charlie e a Fábrica de Chocolate”, o mais recente de Tim Burton. O génio de Burton está presente em cada momento do filme, ampliado numa prestação magnífica de Johnny Depp.

Depp interpreta Willy Wonka, o misterioso dono de uma fábrica de chocolate que durante muitos anos produziu sem se conhecerem empregados para o fazer. Até que um dia resolve colocar cinco convites dourados em outras tantas tabletes, que dão direito a uma visita de um dia inteiro à fábrica, revelando todos os seus segredos e magia. As crianças que acabam por conseguir encontrar os convites são os estereótipos da infância actual: o gordo rapazinho alemão que passa o dia a comer chocolate, a menina rica inglesa que tudo quer e para cujos pais não existem impossíveis, a competitiva americana mascadora de pastilha que onde entra é para ganhar e o jovem viciado em televisão que (acha) que tudo sabe. Depois, a sorte acaba por bater à porta de Charlie, o pobre menino pobre, que vive numa casa a cair, onde os quatro avós dormem na mesma cama.

É nessa cama que vive a senil avó Georgina, que parece nunca dizer coisa com coisa, mas que diz “nada é impossível”.

A forma como Tim Burton fala de coisas sérias mascarando-as num ar de espectáculo cómico é excepcional. A relação pais/filhos acaba por ser o tema central de uma obra onde nos podemos deleitar com a beleza dos efeitos especiais e com as imprevisíveis canções, sobretudo as que nos são trazidas pela multidão de Oompa-Loompas.

É um filme delicioso, a não perder.

Aconselha-se também uma visita ao site oficial em http://chocolatefactorymovie.warnerbros.com/index.html.

quarta-feira, agosto 03, 2005

Três anos nos hospitais...

Já lá vão três anos. Parece que foi ontem que entrei na Casa da Criança, em Tires, para a primeira acção pela Fundação do Gil.

Como aprendiz (muito, muito aprendiz naquela altura) de contador, lá fui, sem saber muito bem no que me estava a meter. A “culpa” foi da Mafalda Milhões que já andava há uns tempos a correr os hospitais e que apresentou O Contador de Histórias à Fundação, na altura a dar os primeiros passos com a Hora do Conto.

Lembro-me bem daquela manhã de sábado, com a Conceição a acompanhar-me, uma sala cheia de crianças irrequietas, de variadíssimas idades, filhos das reclusas do Est. Prisional de Tires, muito mais interessados em subir-me para os ombros do que em ouvir as minhas histórias. No caminho de volta ouço pela primeira vez falar da Casa do Gil.

Depois IPO, a seguir Alcoitão e a surpresa de descobrir que não era assim tão difícil estar com aquelas crianças e fazê-las sorrir por um bocadinho. Descobrir dentro de nós esse à-vontade que nos permite esquecermo-nos de nós, dos nossos preconceitos, dos nossos medos e ajudar a tornar uma passagem que pode ser terrível por um hospital em qualquer coisa menos pesada, nem que seja por cinco minutos.

Como aprendiz de contador fiquei surpreendido por voltar a ser escolhido para integrar o “naipe” de contadores da Fundação do Gil, no semestre seguinte. Afinal de contas esse grupo de meia-dúzia era a “nata” da narração oral em Portugal.

Fui ficando e com prazer assisti ao crescimento da Fundação do Gil. A entrada da Margarida Pinto Correia trouxe uma outra exposição mediática, a Casa do Gil tornou-se algo de concreto e não uma miragem, aumentaram os pedidos e os apoios para muitos casos de crianças internadas com necessidade de auxílio a que o Estado não chega. Entraram muitos voluntários, a Hora do Conto também mudou, com muitas caras novas. Chegou o Dia do Gil e a Hora da Música, e chegou tudo isto também aos hospitais do Porto, de Coimbra, de Almada e de Vila Franca de Xira.

O que não mudou foi o prazer de entrar nas pediatrias e de esquecer o mundo lá fora, de me transformar em alguém diferente, de sonhar com eles um dia melhor. Profissionalmente tem sido uma experiência insubstituível, uma aprendizagem a todos os níveis e um enriquecimento pessoal incrível. Por tudo isto não poderia estar mais grato à Fundação do Gil.

Durante vários meses “albergámos” o cantinho do Gil no site d’O Contador de Histórias. Desde há algum tempo já é possível saber (quase) tudo sobre a Fundação em www.fundacaodogil.pt. Estão lá também as dicas para ajudar o Gil a ajudar quem precisa.

Um abraço especial para quem faz mover a máquina: Margarida, Ana, Alexandra, Manuela, Maria Gabriel.

Obrigado

Oficinas para pais chegam a Cascais em Novembro

Já estão confirmadas as datas para a realização da "Oficina de sobrevivência para pais contadores de histórias" em Cascais. A convite da Biblioteca Municipal vão realizar-se duas sessões, sem custos para os participantes, nos dias 12 e 26 de Novembro, na Casa da Horta da Quinta de Santa Clara.
Ainda falta algum tempo mas os interessados podem inscrever-se pelo telefone 214848712, ou enviar um email com os seus dados pessoais para oficina@ocontadordehistorias.com. Ambas as sessões estão marcadas para as 15h30, com duração aproximada de 3 horas.
Outras informações acerca da "Oficina" em www.ocontadordehistorias.com/espectaculos.htm.