O Contador de Histórias
A magia das palavras. Poesia, contos, inquietações e as histórias de todos os dias.
quarta-feira, abril 19, 2006
segunda-feira, abril 17, 2006
Um feliz encontro com a Trimagisto e umas lulas na Carolina do Aires
O Nuno Coelho e o Luis Carmelo também estavam pela Terceira. Não deu para uma sessão de contos ao serão, ficámos à conversa no fim de tarde.
domingo, abril 16, 2006
Grotinha
É um sítio muito especial. Apenas a cinco minutos do centro de Ponta Delgada uma casa familiar recuperada com muito bom gosto e imaginação, acolhendo os amigos que querem um descanso diferente, já em ambiente rural. A pesca submarina do Miguel traz para a mesa o peixe fresco que ele mesmo se encarrega de preparar na cozinha. Como esta espetada em alecrim...
Para conhecer este pequeno paraíso ligue para o Miguel Wallenstein: 91 7901271.
Canal Memória
Enquanto revejo o "Mau tempo no canal", na RTP Memória, fica a prometida revisita às melhores imagens da recente passagem pelos Açores... E vontade de regressar breve.
sábado, abril 08, 2006
sexta-feira, abril 07, 2006
Verde
A recepção foi tão boa e os dias tão cheios que, enquanto estivemos em S. Miguel não houve tempo sequer para escrever umas linhas. No entanto, agora já em Ponta Delgada, relembramos as imagens que ficam gravadas no nosso coração.
(quando o Blogger voltar a funcionar também poderá ver essas imagens...)
segunda-feira, abril 03, 2006
Gorreana
De malas feitas para ir até aos Açores deixo o convite para a visita a uma exposição de fotografia que traz um pouco de S. Miguel.
No Espaço Monsanto está patente a exposição "Chá", de Laura Guerreiro, que retrata a Fábrica de Chá Gorreana, na ilha de S. Miguel, a última das cinco que existiam.
Aqui em cima está um exemplo do "silêncio dos homens e das mulheres, trabalhadores da fábrica, que manteve a tradição do fabrico do chá, tal qual como no seu início".
Ludoteca na Galiza
A nossa amiga Patrícia Árvore das Pêras (também conhecida como Pereira) fez favor de mostrar o que vai fazendo quando não anda por aí a contar histórias. Não que não as conte lá mas em S. João do Estoril, na Ludoteca da Galiza, também se fazem outras coisas. Saiba quais aqui.
BD em Beja
Decorre de 8 a 29 de Abril, em Beja, o II Festival Internacional de Banda Desenhada. Este ano o evento excede o espaço da Casa da Cultura, ocupando também a Casa das Artes e o Museu Regional. Mais informações aqui.
Diferente para ser igual
Para aqueles que se preocupam com estas questões vale a pena visitar o blog Educação Diferente. Necessidades educativas especiais em debate num espaço em todas as opiniões podem ajudar.
mas...
Prefiro sentir este...
Poema XVIII
Impetuoso, o teu corpo é como um rio
onde o meu se perde.
Se escuto, só oiço o teu rumor.
De mim, nem o sinal mais breve.
Imagem dos gestos que tracei,
irrompe puro e completo.
Por isso, rio foi o nome que lhe dei.
E nele o céu fica mais perto.
Eugénio de Andrade
...
As palavras de Eugénio são tristemente belas. Contemplo-as, mas não quero senti-las. Não quero dizer "Adeus".
ADEUS
Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.
Eugénio de Andrade
Parecia mentira
Atrasado, mas cá vai...
Era início de tarde na Avenida da República em Lisboa. A 1 de Abril "A Capital" trazia as notícias do (próprio) dia e ali estava, bem à frente dos meus olhos: "Morreu Mário Viegas".
Se perdi o medo de enfrentar os palcos e de dizer poesia da maneira que faço hoje, isso deve-se em grande parte à inspiração concedida pelo homem que um dia ouvi recitar a "Xácara das Dez Meninas", de Mário Cesariny.
Digo-a eu agora, de quando em vez, sempre com o eco da forma única como Mário Viegas nos dava a poesia. Sem pretensão de chegar onde só ele ia, mas homenageando essa figura maior que nos deixou há 10 anos.
(podem encontrar outros registos audio na Fonoteca de Lisboa)